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A Lei do Dízimo e a Responsabilidade do Crente

 


🕊️ Sermão: O Dízimo — A Lei de Cristo e a Responsabilidade do Crente

Texto Base: Hebreus 7:1-10; Salmos 110:4; Mateus 23:23; 1 Coríntios 9:13-14

 Tema: A continuidade e a superioridade do princípio do dízimo sob o sacerdócio de Cristo.

 Pregador: Pr. José Lopes de Oliveira

Igreja Batista Missionária - Jd. Júlio - Barueri - SP

Rua São Fernando, 81 - Sobre Loja



🎯 Introdução

Muitos perguntam: “O dízimo é apenas da Lei de Moisés?”


 A resposta é não. O dízimo nasceu antes da Lei, foi confirmado pela Lei e permanece sob a graça, porque é um princípio eterno de honra e fidelidade a Deus.

Antes de haver Levitas, antes mesmo da nação de Israel existir, Abraão — o pai da fé — deu o dízimo a Melquisedeque, figura profética de Cristo. Isso mostra que o dízimo não é imposição legal, mas expressão voluntária de fé e reconhecimento de Deus como o provedor de todas as coisas.


🕊️ I. O Dízimo é um Princípio Espiritual e Eterno

Gênesis 14:18-20

“E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do Deus Altíssimo. E abençoou-o, e disse: Bendito seja Abrão do Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra; e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo.”

Antes da Lei, Abraão reconheceu o senhorio de Deus sobre seus bens e ofereceu o dízimo.

 Melquisedeque aparece como sacerdote do Deus Altíssimo, e a ele Abraão entrega voluntariamente os dízimos.

 Aqui está o princípio espiritual: Deus é o dono de tudo, e o dízimo é o símbolo da nossa dependência e gratidão.


✝️ II. Melquisedeque e Cristo: O Sacerdócio Superior à Lei de Moisés

O escritor aos Hebreus explica que Melquisedeque é tipo profético de Cristo:

Hebreus 7:3-4

“Sem pai, sem mãe, sem genealogia; não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre. Considerai, pois, quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos.”

Melquisedeque não era levita, portanto, seu sacerdócio é anterior e superior ao levítico.

 Assim também Jesus, que não veio da tribo de Levi, mas de Judá, exerce um sacerdócio eterno e perfeito, conforme o Salmo profetiza:

Salmos 110:4

“Jurou o Senhor, e não se arrependerá: Tu és sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque.”

O escritor aos Hebreus reforça essa mesma verdade:

Hebreus 7:21

“(Porque os outros, sem juramento, foram feitos sacerdotes, mas este, com juramento, por aquele que lhe disse: O Senhor jurou, e não se arrependerá: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque).”

Portanto, se Melquisedeque recebeu o dízimo, e Cristo é sacerdote segundo a mesma ordem, Cristo também é digno de receber os dízimos de Sua Igreja.

 O dízimo é, assim, um ato de fidelidade ao próprio Cristo, não à Lei de Moisés.


📖 III. O Dízimo e a Lei de Cristo no Novo Testamento

Jesus não aboliu o dízimo, Ele o confirmou como prática justa e equilibrada:

Mateus 23:23

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, e desprezais o mais importante da lei: o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas.”

Cristo ensina que devemos praticar a justiça, a misericórdia e a fé, sem deixar de dizimar.

 Aqui, o Senhor demonstra que o dízimo não é substituto da fé, mas complemento da obediência.

 Não se trata de legalismo, e sim de vida de aliança.

O apóstolo Paulo também ensina que o sustento da obra e dos ministros vem de um princípio espiritual semelhante:

1 Coríntios 9:13-14

“Não sabeis vós que os que administram o que é sagrado comem do que é do templo? E que os que de contínuo estão junto ao altar, participam do altar? Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho.”

Perceba: Paulo não cita diretamente o dízimo, mas reafirma o mesmo princípio — quem serve no altar deve viver do altar.

 Logo, o dízimo mantém a casa de Deus, sustenta o ministério e abençoa a comunidade.


💒 IV. A Necessidade Social e Financeira do Dízimo

O dízimo é também instrumento de justiça social.

 Ele não serve apenas para sustentar o templo, mas também para atender aos necessitados, como era ordenado desde o princípio:

Malaquias 3:10

“Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança.”

O “mantimento na casa” significa recursos para a manutenção da obra, dos servos e dos necessitados.

 Hoje, na igreja local, os dízimos garantem:

O sustento dos obreiros e missionários;

O apoio a famílias carentes;

O funcionamento e expansão da igreja;

O cumprimento do Ide de Jesus (Marcos 16:15).

Portanto, negar o dízimo é negar o sustento da obra de Cristo.

 Obedecer é ato de fé, de amor e de responsabilidade cristã.


🙏 V. O Dízimo como Expressão da Lei de Cristo

A “Lei de Cristo” é a lei do amor e da fidelidade (Gálatas 6:2).

 Dizimar é amar a Deus e ao próximo — pois o dízimo sustenta os que servem e os que precisam.

Hebreus 7:8

“E aqui certamente tomam dízimos homens que morrem; ali, porém, aquele de quem se testifica que vive.”

Quem recebe nosso dízimo não é o pastor, nem a tesouraria da igreja — é Cristo, que vive para sempre.

 Quando entregamos o dízimo, prestamos culto ao nosso Sumo Sacerdote eterno.


🕊️ Conclusão

O dízimo não é uma obrigação fria da Lei, mas um ato de adoração viva.

 Assim como Abraão reconheceu Melquisedeque, nós reconhecemos Cristo, nosso Senhor e Sacerdote eterno, entregando-lhe parte daquilo que Ele mesmo nos concede.

Ao dizimar:

Testificamos que Deus é o dono de tudo;

Sustentamos a obra e os obreiros do Senhor;

Participamos da bênção espiritual e material prometida.

Hebreus 7:22

“De tanto melhor concerto Jesus foi feito fiador.”

O dízimo é parte desse “melhor concerto” — a nova aliança em Cristo, baseada na fé, na gratidão e na fidelidade.


🙌 Apelo Final

Seja fiel nos dízimos e nas ofertas.

 Não por medo, mas por amor.

 Não por obrigação, mas por reconhecimento.

 Pois quem planta ge

nerosamente, também colherá generosamente (2 Coríntios 9:6-8).

Forte Abraço Fraternal 


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