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CEIA DO SENHOR

 CEIA DO SENHOR 

Queridos irmãos e irmãs,


Hoje nos reunimos para celebrar a Ceia do Senhor, um momento de profunda comunhão e reflexão sobre o sacrifício de Cristo por nós. Este ato sagrado não apenas nos lembra do amor de Deus revelado em Jesus, mas também nos conecta à história da redenção que percorre toda a Bíblia, desde o Velho Testamento até o Novo.


No Velho Testamento, encontramos a instituição da Páscoa, que marca a libertação do povo de Israel da escravidão no Egito. Deus instruiu Moisés e os israelitas a sacrificarem um cordeiro e a marcarem as portas de suas casas com o sangue, para que o anjo da morte passasse por eles (Êxodo 12:13). Este evento não foi apenas uma libertação física, mas um prenúncio da obra redentora que Cristo realizaria séculos depois. O cordeiro pascal simboliza o sacrifício de Jesus, o “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (João 1:29).


A Ceia do Senhor foi instituída pelo próprio Cristo na noite em que Ele foi traído (1 Coríntios 11:23-26). Ao partir o pão e compartilhar o cálice, Ele declarou que aqueles elementos representavam Seu corpo entregue e Seu sangue derramado em favor de muitos para a remissão dos pecados. Jesus, ao cumprir a promessa da Nova Aliança profetizada por Jeremias (Jeremias 31:31-34), estabeleceu um novo pacto entre Deus e a humanidade. Não mais o sangue de animais, mas o Seu próprio sangue seria o selo da aliança eterna.


O apóstolo Paulo nos exorta a participar da Ceia com reverência, discernindo o corpo do Senhor e examinando a nós mesmos (1 Coríntios 11:28-29). Este é um momento de introspecção, em que somos convidados a refletir sobre nossa vida diante de Deus, confessando nossos pecados e renovando nosso compromisso de viver conforme os ensinamentos de Cristo. É um ato de união com a igreja, o corpo de Cristo, e um sinal visível da graça que recebemos por meio da fé.


A Ceia do Senhor também aponta para o futuro, pois Jesus disse que não beberia do fruto da videira novamente até o dia em que o fizesse no Reino de Deus (Mateus 26:29). Ela nos lembra da esperança da segunda vinda de Cristo, quando nos reuniremos em um banquete celestial. Enquanto isso, continuamos a celebrar, proclamando a morte do Senhor até que Ele venha.


Portanto, ao participarmos da Ceia hoje, façamos isso com corações gratos e reverentes, reconhecendo o grande amor de Deus que nos alcançou através de Cristo. Que esta celebração renove nossa fé e nos fortaleça para viver como verdadeiros discípulos de Jesus, testemunhando Sua salvação ao mundo.


1° Coríntios 5:7 diz:


"Lançai fora o velho fermento, para que sejais uma nova massa, assim como sois sem fermento. Pois também Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós."


Neste versículo, o apóstolo Paulo faz uma analogia com a prática judaica de remover o fermento antes da celebração da Páscoa (Êxodo 12:15). O fermento, na Bíblia, frequentemente simboliza o pecado e a corrupção. Paulo exorta a igreja em Corinto a se purificar de práticas pecaminosas e imoralidade, assim como os israelitas se livravam do fermento. Ele conecta essa purificação ao sacrifício de Cristo, que é chamado de "nossa páscoa". Isso significa que Jesus é o cumprimento do cordeiro pascal, cujo sacrifício traz libertação e redenção. Assim, o sacrifício de Cristo nos livra do pecado, permitindo que sejamos uma nova criação em Deus, vivendo de forma santa.


Hebreus 9:22 diz:


"E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem derramamento de sangue, não há remissão."


Este versículo destaca a importância do sangue nos rituais de purificação e expiação do Antigo Testamento. A Lei mosaica determinava que o sangue de animais fosse oferecido para expiação dos pecados (Levítico 17:11). O derramamento de sangue simbolizava a substituição, onde a vida do animal era dada em lugar do pecador. No entanto, esses sacrifícios eram apenas provisórios e apontavam para a necessidade de um sacrifício mais perfeito.


Em Cristo, esse sacrifício definitivo é realizado. Seu sangue derramado na cruz satisfaz completamente as exigências da justiça divina e oferece a verdadeira expiação pelos pecados, algo que os sacrifícios de animais não podiam alcançar plenamente. Portanto, o texto de Hebreus explica que o derramamento de sangue é essencial para a remissão dos pecados, mas enfatiza que o sacrifício de Cristo é único e suficiente para a redenção eterna (Hebreus 9:12).


Conclusão


Tanto 1 Coríntios 5:7 quanto Hebreus 9:22 reforçam a centralidade do sacrifício de Cristo no plano de salvação. Enquanto 1 Coríntios associa Cristo ao cordeiro pascal que nos purifica, Hebreus destaca a necessidade do derramamento de sangue para a remissão, apontando para o sacrifício de Jesus como a solução final e plena para o problema do pecado. Esses textos nos lembram da profundidade do amor de Deus, que providenciou o meio de redenção através de Cristo, para que possamos ter comunhão com Ele e viver em santidade.

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