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O SACERDÓCIO DE CRISTO É SUPERIOR AO LEVÍTICO - Heb. 7:1 - 28

 

7.1 -  A menção de Melquisedeque  lembra a referência já feita a esse antigo sacerdote em Hebreus 5:10,11.

Melquisedeque foi tanto rei quanto sacerdote, uma combinação comum nos tempos antigos. Salém, tempos depois, foi chamada de Jerusalém.

7.2 - O nome Melquisedeque significa rei de justiça. Salém significa paz.

O rei ideal reina em justiça, o que assegura paz. Is. 32.27 “E a obra da justiça será paz; e o efeito da justiça será sossego e segurança para sempre.”

 7.3 - Sem pai, sem mãe, sem genealogia. Gênesis, um livro com muitas genealogias, não tem nenhuma para Melquisedeque.

O autor não está dizendo  que Melquisedeque nasceu sem pai e mãe, o que seria um absurdo, apenas que não existe nenhum registro de seu nascimento nas genealogias de Gênesis.

Esta descrição de Melquisedeque prefigura o sacerdócio eterno de Jesus. E tal como ele, Jesus é tanto Sacerdote como Rei, pertencendo a um sacerdócio de justiça independente de Arão.

Alguns comentaristas referem-se a essa passagem com a suposição de que Melquisedeque seria uma manifestação pré-encarnada de Jesus o que é improvável, pois, como o autor afirma aqui claramente, ele é semelhante ao Filho de Deus, não é o mesmo que Ele.

 

7.4-7 - Melquisedeque foi grande porque Abraão deu a ele os dízimos.

No texto, a palavra patriarca é Enfática (veemente).

A grandeza de Abraão, aquele que possuía as promessas de Deus, ressalta a posição ainda maior de Melquisedeque, o sacerdote de justiça.

7. 8-10 - Melquisedeque era não apenas superior a Abraão, mas superior ao sacerdócio levítico de duas maneiras.

Primeiro, os sacerdotes levíticos eram homens comuns, que morrem, e, deste modo, diferentes sacerdotes representavam o povo em diferentes épocas; Melquisedeque, pelo contrário, vive, no sentido de que o A.T., não registra sua morte.

Segundo, até Leví deu o dízimo a Melquisedeque por meio da oferta de Abraão.

 

A epístola usa da expressão e, para assim dizer, para afirmar que Levi embora ainda não tinha nascido naquela época e não tendo, assim, dado o dízimo literalmente, pelo fato de descender de Abraão deve ser contado como tendo dado o dízimo a Melquisedeque também.

7.11-25 - Por que Cristo, o Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, substituiu o sacerdócio levítico?

Interpretando o Salmo 110.4 frase por frase, o autor de Hebreus dá a resposta: O sacerdócio de Cristo foi Profetizado (v.11-14);

Seu sacerdócio era baseado na virtude da vida incorruptível (v.15-19);

 O juramento de Deus estabeleceu o sacerdócio do Nosso Senhor (v.20-22);

Cristo não tem sucessor, mas permanece eternamente (v.23-25).

Debaixo desse novo plano,  a Lei (.12) foi substituída por uma melhor esperança (.19) e um melhor concerto (v22).

7.11 - Se o sacerdócio levítico tivesse sido capaz de levar as pessoas à perfeição, não seria necessário um sacerdote superior, da ordem de Melquisedeque (Sl. 110:4).

Se os sacerdotes sob a Lei de Moisés pudessem oferecer reconciliação entre Deus e Seu povo, não haveria necessidade da vinda do Messias, Aquele que restabelece o relacionamento dos israelitas com Deus.

7.12 - Mudança significa remoção (Heb.12:27 “Ora, esta palavra, ainda uma vez, significa a remoção das coisas abaláveis, como coisas criadas, para que permaneçam as coisas inabaláveis.”

Se o sacerdócio de Melquisedeque removeu o sacerdócio levítico, então a lei de Moisés foi também removida. Em suma, o crente não está sob a lei, mas sob a justiça de Cristo ( Rom 6.14; Gl.3.24,25) . “Pois o pecado não terá domínio sobre vós, porquanto não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça.”

Qualquer sistema religioso que tente permanecer sob a Lei não pode ter Cristo, porque Cristo foi o único que cumpriu plenamente a Lei e pode justificar-nos.

 7.13-19 - O autor fornece dois argumentos para demonstrar que a antiga aliança foi substituída.

A primeira está nos versículos 13 e 14, e a segunda, nos versículos 15 a 19.

&.13,14 - Aquele de quem estas coisas se dizem é o Senhor, que se levantou de outra tribo, a de Judá. De acordo com a Lei a tribo de Judá não tinha a ver com o sacerdócio.

O argumento se baseia no Salmo 110.4 (Heb. 5.6).

Se o A.T., dizia que outro sacerdote de outra tribo estava por vir é porque, claramente, aquela aliança estava por ser substituída.

 7.15-19 - A lei que regulava o sacerdócio era carnal, no sentido de que regulava as ações externas das pessoas.

O Senhor, no entanto, é um Sacerdote segundo a virtude da vida incorruptível, como afirma o Salmo 110.4, citado no versículo 17. Jesus é um tipo diferente de Sacerdote - outra indicação de que a aliança mudou.

O mandamento não foi ab-rogado(assumido, apossado...), houve uma reinterpretação da lei.

7.20-22 - O sacerdócio de Cristo é superior ao sacerdócio de levítico porque foi estabelecido por um juramento de Deus (Jurou o Senhor, em Salmo 110.4)

4.23,24 - Como Cristo vive eternamente, Seu sacerdócio é perpétuo. No sistema levítico, a  função de sumo sacerdote estava sempre mudando de mãos.

Ao morrer um sumo sacerdote, outro assumia a função.

Flávio Josefo avalia que existiram 83 diferentes sumo sacerdotes de Arão até a queda do templo, no ano 70 d.C.

7.25 - Cristo pode também salvar por ser inteiramente divino e inteiramente humano Hb. 2.18 -”Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados.” 4:15 “Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.”

Se este versículo for tomado como se referindo à presente intercessão de Jesus por nós, a palavra salvação adquire o significado de santificação, processo contínuo pelo qual somos libertos do poder do pecado.

Esse processo deverá ser um dia completado com a nossa glorificação, quando formos enfim resgatados totalmente do poder do pecado.

A palavra perfeitamente  se refere a essa glorificação, à nossa salvação completa, integral.

Que se chegam. o verbo grego para chegar está no tempo presente, o que indica que Jesus continua a salvar aqueles que se chegam a Ele.  Em outras palavras, nossa justificação é um acontecimento definitivo, consumado na cruz, mas a santificação é um processo contínuo.

 Como Cristo tem um sacerdócio eterno, Ele pode salvar perfeitamente (gr.panteles), palavra que significa completamente ou inteiramente.

Para sua salvação completa ( I Ts.5:23 - “E o próprio Deus de paz vos santifique completamente; e o vosso espírito, e alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.”, deve o crente se chegar a Deus por meio de Cristo, que intercede por ele.

É essa a última e a maior das três grandes aptidões ou possibilidades que se oferecem ao crente, apresentadas neste texto ( Heb. 2;18; 4;15

7.26 -28 - O Autor conclui este capítulo com um resumo de por que o sacerdócio de Jesus é superior a qualquer outro.

Mais sublime do que os céus significa que Cristo é exaltado acima de tudo e se assenta na glória, à direita do Pai. (Hb. 1.3; 2.9;4.14).

Como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios.

O sumo sacerdote oferecia um sacrifício contínuo, anualmente, no dia da expiação, por si mesmo e pelos pecados do povo (Heb. 9;7;10.1 “Porque a lei, tendo a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas, não pode nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem de ano em ano, aperfeiçoar os que se chegam a Deus”., enquanto os demais sacerdotes ofereciam sacrifício contínuo diariamente pelas culpas e pecados diante do Senhor  (Êx.29.36)

 “Também cada dia oferecerás para expiação o novilho de sacrifício pelo pecado; e purificarás o altar, fazendo expiação por ele; e o ungirás para santificá-lo”.

Jesus porém, ofereceu sacrifício de si mesmo uma única vez, sacrifício não por pecado próprio, mas suficiente e perfeito pelos pecados de todos nós.

Por ser Ele perfeito, não precisou oferecer sacrifício por pecado próprio.

A natureza estável, permanente e eterna do sacrifício de Jesus estabelecido por juramento de Deus contrasta com a natureza frágil e temporal do sacerdócio levítico.

 

Aplicação:

Se os líderes falharem ao se comunicar com os outros, eles acabarão andando sós.

O escritor aos Hebreus apresenta um quadro da  superioridade de Jesus quando compara a Melquisedeque.

Bons comunicadores comunicam coisas que são novas ou desconhecidas, valendo-se de figuras de linguagem ou imagens que são de domínio de todos.

Melquisedeque é uma dessas figuras que serviram como ricas metáforas, pois como Cristo.

I- Sua liderança era universal e não nacional.

Ele não estava confinado ao sacerdócio de uma nação em particular.

II - Sua liderança era superior e muito acima da média.

Ele é retratado como sendo alguém superior e respeitado, a quem Abraão rendeu honras;

III - Sua liderança era fundamentada na justiça e não na autossuficiência.

O nome desse rei significa “Rei de justiça” de Salém (paz);

IV- Sua liderança era particular e não hereditária, Ele não se tornou líder porque nasceu na família certa ou porque tinha a herança genética certa;

V - Sua liderança é eterna e não provisória. Ele permanecerá, como Cristo, sacerdote para sempre.

 

Fonte Bibliográfica:

A Bíblia da Mulher - Editora Mundo Cristão, 2008

Bíblia da Liderança Cristã - John C. Maxwell. S.B.B;

Bíblia de Estudo Batalha Espiritual e Vitória Financeira. Editora Central Gospel;

Comentário Judaico do Novo Testamento - Editora templus,2008;

Dicionário Bíblico John D. Davis

Dicionário da Língua Portuguesa - Aurélio

O Novo Comentário Bíblico - Novo e Velho Testamento - Editora Central Gospel, 2010;

Gramática Grega (Wallace) Editora  Batista Regular do Brasil,2009

História dos Hebreus - Flávio Josefo - CPAD - 17ª ed.2010.

Por: Pr. José Lopes de Oliveira.

 

 

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