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ORIGEM DE LÚCIFER

COMENTÁRIO SOBRE LÚCIFER. – 1ª Parte Por: Prof. J. Lopes de Oliveira Qual era o seu nome? A princípio não encontramos um nome propriamente dito, aparece simplesmente como Querubim. Em Isaías 14:12-14 há as seguintes interpretações: “Como caíste do céu” é uma figura de linguagem para designar alguém que foi derrubado de uma posição política privilegiada, Jesus disse: “E tu, Cafarnaum, será levantada até o ceu? Até ao inferno serás abatida” Lc.10:15, e, aparentemente com o mesmo sentido: “Eu via Satanás, como raio, cair do céu” Lc.10:18. O nome Lúcifer, em hebraico, significa literalmente estrela da manhã, ou seja, o planeta Vênus. Na linguagem poética desse versículo, vemos uma estrela brilhante desejosa de alcançar o ponto culminante dos céus desaparecer com o nascimento do Sol. Essa imagem expressa muito bem o objetivo não alcançado do rei da Babilônia (v.4), que aspirava a um domínio universal eterno. Tertuliano, Milton e muitos outros atribuem essa passagem à carreira de Satanás, com base em Lucas 10:18. Contudo, não se pode ter certeza absoluta dessa conexão. 14:13 – “Acima das estrelas de Deus” Temos aqui o caso de uma estrela que deseja ser maior que as outras. Em linguagem poética, Isaías descreve um rei cujo anseio de glória é insaciável. “Monte da congregação” remete a uma montanha mitológica que se pensava ser o local de reunião das divindades celestes. “A banda dos lados do Norte” provavelmente é uma referência ao monte de Cassiopeia, ao norte da síria, a montanha que os cananeus acreditavam ser o reino dos deuses (Sl.48:1,2). 14:14 – “Serei semelhante ao Altíssimo” é o mais ultrajante dos desejos arrogantes do rei assírio ou babilônico. Ele quer suplantar o Altíssimo, título atribuído ao Senhor geralmente relacionado com as nações do mundo (Sl.87:5, 91:1,9; 92:1). O FRACASSO DAS ESTRELAS. Isaías previu que os corpos celestes não lançariam sua luz no dia em que o Senhor viesse acabar com Babilônia (13:10). Isso sugeria a destruição catastrófica que Deus traria sobre o império do mal. A escuridão tomaria a nação que dominava todas as outras (14:12-15). A profecia de Isaías talvez zombasse da confiança dos babilônicos na astrologia e na astronomia como forma de traçar estratégias e interpretar a histórias. Os calendários assírios e babilônicos que chegaram até nós demonstram que eles vinculavam acontecimentos importantes como batalhas, inundações, carestias e mortes de reis ao movimento de estrelas e planetas. (Esses artefatos ajudaram os pesquisadores da atualidade a estimar cuidadosamente as datas de vários acontecimentos e a montar uma cronologia bastante plausível da história antiga). Assim, se as estrelas fracassassem, a maneira babilônica de ver o mundo também fracassaria, deixando a nação confusão total. 2ª Parte – Ezequiel 28:14-23. O monte santo de Deus pode ser o monte dos deuses. De acordo com crenças cananeias, o trono dos deuses se localizava nas montanhas ou nos montes do Norte (Sl.48.2). Esse trecho parece enfocar a tentativa do rei de Tiro de adentrar o conselho dos deuses. Portanto, em vez de este versículo se referir à presença do monarca em Jerusalém, pode dizer respeito de maneira mais lógica, a um ritual fenício, a celebração da ressurreição do deus protetor Melcarte por meio do fogo. O rei mencionado no texto desejava imitar Melcarte. 28:15 – O termo hebraico traduzido como perfeito não significa sem pecado, mas completo ou destituído de falhas. O rei de Tiro possuía o controle total do reino e não tinha sua posição ameaçada, até encher-se de orgulho e iniquidade. 28:16-19 – O orgulho do rei levou ao materialismo, à violência e à iniquidade nos negócios e na religião. A expressão multiplicação do teu comércio se aplica de maneira mais fácil e mais apropriada ao rei humano que era a força motriz por trás do desenvolvimento do império comercial de Tiro. Deus destronou o rei, pôs fim às suas ambições iníquas e destruiu a fonte de seu poderio para torná-lo um exemplo negativo para outros. O império comercial daquele monarca entrou em colapso e seus planos assemelhar-se a um deus foram aniquilados à vista dos governantes locais, que observavam atônitos. 28:20-23 – Sidom era a cidade irmã de Tiro, mas de menor importância, o que pode explicar a brevidade do tratamento nesse trecho (Ez.27:8). Como irmãs no comércio, essas cidades tinham características e objetivos semelhantes, portanto, cometiam crimes parecidos. O Senhor agiu com justiça exercendo um julgamento merecido para que o povo reconhecesse que Deus é justo e verdadeiro. CONCLUSÃO O uso do termo “querubim” (Ez.28:4,16) sugere que estamos tratando aqui de um ser angelical, como também o fato de ele ter estado no “monte santo de Deus”. Essa descrição se parece muito com aquela de Isaías 14:12. Satanás começou como um anjo obediente, mas rebelou-se contra Deus e liderou uma revolta para depor o Senhor de seu trono. O texto descreve sua beleza e cita o nome de nove (9) pedras precisas que faziam parte dessa beleza. Todas essas joias também podem ser encontradas no peitoral do sumo sacerdote (Ez.28:17-20). Isso sugere que “no Éden, jardim de Deus” e no “monte santo de Deus”, essa pessoa tinha funções sacerdotais especiais a serem realizadas para o Senhor. Os engastes dessas joias eram do mais puro ouro. Seu orgulho e suas ambições egoístas levaram-no a pecar, e o Senhor julgou-o ao lançá-lo fora do monte de Deus. Apesar de a descrição original referir-se ao governante de Tiro, sem dúvida aplica-se ao deus desta era, Satanás, o inimigo do Senhor. Recebendo motivação e força do diabo, o príncipe de Tiro envolveu-se não apenas com o comércio, mas também com a violência, pois considerava-se um deus. Sua forma de conduzir os negócios era desonesta, uma vez que o versículo 18 fala de “injustiça no comércio”. Satanás gabava-se dizendo: “Serei semelhante ao Altíssimo” 14:14, e sua promessa para Eva foi “como Deus sereis” Gn.3:5. O príncipe de tiro aceitou a oferta de Satanás, e isso o levou à ruína, assim como levou à queda de Satanás. No entanto, durante seu governo, o príncipe de Tiro foi usado por Satanás para profanar e destruir. As nações ficaram estarrecidas com o julgamento do príncipe de Tiro e de sua cidade, mas não faziam ideia de que o diabo estava por trás do sucesso da cidade e de que Deus estava por trás de sua destruição. Isso nos lembra do ministério dos apóstolos em Lucas 10:1-24. Deus usou os apóstolos para curar enfermos, expulsar demônios e proclamar a mensagem do reino, contudo, nas vitórias deles, Jesus viu a queda de Satanás. Lc.10:18 e 19. Graça, paz e saúde. Espero ter acrescido alguma coisa ao conhecimento histórico e teológico dos leitores. Forte abraço Fraternal. Pr. J.Lopes

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