Prezados leitores, chegamos na parte final do estudo expositivo do Livro aos Efésios, obrigado por sua participação, espero que tenha sido momentos agradáveis e que serviu para o seu elevo espiritual e edificação. Boa leitura e que Deus por intermédio do Espírito Santo ilumine o vosso entendimento.
Efésios 6: 1- 24
vv. 1-4 – Esse
trecho tem o belo equilíbrio que esperamos encontrar na Palavra de Deus: os
filhos devem obedecer aos pais, e os pais devem tratar os filhos de tal modo
que estes se submetam àqueles. Os filhos devem obedecer aos pais por amor a
Cristo, mesmo que os pais não sejam cristãos. Honrar pai e mãe é o único dos
Dez Mandamentos que é seguido por uma promessa (Dt.5:16) e respalda essa ideia.
Sem dúvida, os filhos cristãos não devem fazer nada imoral, ainda que os pais
ordenem que façam. Nesse caso, os filhos devem obedecer a Deus, e não aos
homens Atos 5:29. Os pais por sua vez, não devem ser excessivamente severos com
os filhos nem ridicularizá-los: não provoqueis.
vv. 5-9 Os princípios que Paulo ensinou para
senhores e escravos ainda hoje se aplicam a empregadores e empregados. Ele, por
duas vezes, aponta para esse importante princípio: nós não devemos procurar
agradar pessoas 6:6. Nós não devemos fazer as coisas para que outros as vejam
e, se estamos longe dos olhares dos outros, desleixar nossas afazeres. Nós
devemos trabalhar como quem trabalha para Deus, que olha para nós o tempo todo (Ef.6:7).
Deus não só repara no que fazemos, mas também recompensa tudo quanto fazemos (Ef.6:8).
As pessoas vão
esquecer o quão rapidamente você fizer seu trabalho, mas elas vão lembrar o
quão bem feito você o fizer. No fim das contas, nós trabalhamos para nós mesmos
e para Deus.
v.5 – Grande parte
da população do império romano era de servos ou escravos. Essas pessoas eram
consideradas meros bens e podiam sofrer abusos e até ser mortas por seus
senhores sem nenhuma investigação do Estado. Em contrapartida, a despeito das
funções distintas, na Igreja, os senhores ricos e seus escravos partiam o pão
juntos e comiam-no à mesa do Senhor, como pessoas com o mesmo valor. Sem
dúvida, alguns escravos eram líderes espirituais com dons e ministravam a
Palavra à pessoas que estavam muito acima deles na escala social.
v.6 – Não servindo à
vista. Servos e senhores devem ser fielmente a Cristo, mesmo quando ninguém
está observando. Afinal, Deus vê tudo o que fazemos e lhe prestaremos contas.
v.7 – Como a
qualidade de nosso trabalho seria melhor se o fizéssemos em dedicação ao
Senhor!
v.8 – A expressão
receberá todo o bem que fizer se refere às recompensas futuras (Cl.3:23-25) que
serão dadas por Deus àqueles que aqui nesta terra tiverem vivido de acordo com
a Sua Palavra e, por meio de suas ações e palavras, tiverem dado testemunho de
Seu evangelho.
v.9 – Os senhores
cristãos não devem fazer ameaças aos seus servos, mas devem lembrar-se de que
eles também são servos de um Senhor no céu muito superior, que é totalmente
justo. O Senhor que está no céu é muito superior e totalmente justo.
6:10-20 - COMO
SE PODE DERROTAR O INIMIGO
Paulo trouxe um
alerta no final de sua carta a respeito dos dias difíceis que seu povo iria
enfrentar. Eles estariam enfrentando o próprio Satanás (6:12), o inimigo que
fará qualquer coisa para parar o seu crescimento.
Ao invés de ficar
lamentando a situação, ele oferece aos amigos efésios um plano específico. Eles
não devem confiar em suas próprias forças, quando esse tempo se aproximar
deles. Eles devem lembrar-se de que somente Deus pode vencer o Inimigo (6:10).
Como um guerreiro, Deus cumpre o papel de defensor que Seu povo desesperado
necessita. Ele será seu protetor, defensor, libertador e guia. Deus deixará à
sua disposição seu exército e todo suporte de que necessitarem.
Paulo instrui seus
leitores a se revestirem de toda a armadura de Deus, de maneira a permanecerem
em pé e vencerem o Inimigo (vv.11-17). Servindo como tropas. Quando os líderes
usam a lei da intuição, eles suprem seu povo com: 1) Uma estratégia para vencer
vv 11,12; 2) consciência de quem é seu inimigo (v.12,13) Os recursos de que
necessitam (v12); um plano de como usar os recursos que têm (vv.14-17); 5) Uma
comunicação detalhada (vv.14-20).
v.10 –
Fortalecei-vos, ou em outras palavras, sede fortes. A voz passiva do verbo no
original sugere que nós mesmos não podemos fazer isso; só podemos ser
fortalecidos pela graça do Senhor em nós, por meio de nossa fé que coopera com
Ele.
v. 11 – Toda a
armadura de Deus é a proteção do cristão contra o mal e o maligno. Paulo usou a
armadura usada pelo soldado romano em combate como uma alegoria da proteção
espiritual que o cristão desfruta, tendo a salvação, a justiça, o evangelho e a
Palavra, a fé, a paz como poderosas armas à sua disposição para combater o bom
combate e vencer. Ciladas do diabo são truques sutis de Satanás para enganar e
enredar os cristãos na guerra espiritual (II Co 11:3).
v.12 – Nossa
verdadeira batalha não é contra as pessoas, mas contra os seres espirituais
demoníacos, que estão operando no mundo espiritual e por intermédio de pessoas
que não se submetem a Cristo, embora elas talvez nem tenham consciência disto.
v.13- Para alguns, o
dia mau é uma referência ao final dos tempos, quando o maligno iniciará uma
campanha violenta contra Cristo e Seu exército. Uma visão mais comum é que
qualquer luta espiritual na vida de um cristão pode estar em questão aqui.
v.14 – Os versículos
14-17 apresentam as seis peças da armadura espiritual. Quatro são mencionadas
de modo específico, mas o cinturão e as sandálias estão implícitos.
Tendo cingidos os
vossos lombos com a verdade. Os saldados cingiam-se com um cinto, do qual prendiam
tiras de couro para proteger a parte inferior do corpo. A verdade é considerada
fundamental por Paulo (4:15,25), porque um cristão desonesto não pode esperar
resistir ao pai da mentira, o diabo. A verdade em questão aqui também é a
integridade, demonstrada por meio da autenticidade e honestidade.
E vestido a couraça
da justiça.
Nos tempos romanos, a couraça, feita de couro duro ou metal, envolvia o corpo
todo do soldado, para que todo o tórax fosse protegido (onde estão concentrados
os órgãos vitais). A justiça que a couraça representa é
tanto a justiça de Cristo, imputada a todos os cristãos, como as boas obras dos
cristãos.
v.15 – Calçados
os pés na preparação do evangelho da paz. Os pés de um soldado romano
eram calçados com sandálias duras, de couro, que tinham tachas. Paulo usou essa
imagem para representar a preparação do evangelho da paz.
Isso pode significar que o evangelho é o firme fundamento no qual os cristãos
devem apoiar-se, ou que o soldado cristão deve estar preparado para seguir o
evangelho e levá-lo por onde andar, para propagá-lo.
v.16 – Tomando
sobretudo o escudo da fé. Sobretudo pode significar que o escudo deve
ser usado contra tudo, mas também que ele deve proteger toda a armadura.
Normalmente, o escudo de um soldado romano media cerca de 80cm por 120cm. O
escudo do cristão oferece proteção contra todos os dardos inflamados do maligno.
As flechas com fogo não podiam atravessar o escudo do soldado da Roma antiga,
nem os ataques de Satanás podem penetrar o coração e a mente do cristão que
deposita sua fé em Deus.
v.17 – O
capacete da salvação. O capacete
romano de modelo complexo protegia a cabeça do soldado e também fazia parecer
mais alto e imponente.
A espada do Espírito é arma de defesa e de ataque para o cristão. É
a Palavra específica que precisamos desembainhar numa determinada situação para
combater um golpe desferido contra nós e desarmar nosso oponente, fazendo
penetrar nele. Para ter a Palavra precisa à mão, o cristão deve conhecer
intimamente toda a Bíblia e saber manejá-la, usá-la bem.
vv.18-20 – Paulo, um
homem de oração (Ef.1:15-23; 3:14-21), termina esta seção de sua carta para os
cristãos de Éfeso com uma exortação para que se dediquem à oração.
v.18 – Sem a oração,
toda a armadura seria inútil para os filhos de Deus. As orações gerais e as
petições específicas no Espírito devem ser feitas por todos os cristãos e em
todas as ocasiões, o que significa que devemos manter-nos orando em todo tempo.
Devem lembrar-nos ainda de que, além das orações, perseveranças e paciência são
essenciais.
v.19 – O apóstolo
Paulo não se envergonhou de pedir aos outros cristãos que orassem para que ele
tivesse a coragem e oportunidade de anunciar o evangelho. Mesmo estando na
prisão, ele queria continuar a ser uma testemunha fiel do Senhor.
v.20 – Paulo era um embaixador em cadeias do evangelho de
Cristo em Roma. Sua oração era para que ele pudesse falar livremente, como
convém falar um embaixador do Rei dos reis.
vv.21-24 - Saudações Finais. Os últimos versículos de
Efésios revelam o apreço de Paulo pelo ministério de outros, especialmente o
ministério de Tíquico (Cl.4:7). O fato de esta carta não terminar com saudações
pessoais, como outras epístolas de Paulo (Rm16), pode indicar que essa era uma
carta circular, destinada a várias igrejas em torno de Éfeso.
v.21- E
para que saibais também a meu respeito. Uma das poucas referencias
pessoais nesta epístola Tiquico. Evidentemente o portador da Carta.
V.22 – vo-lo
enviei. Paulo o envia, mas
quando eles estivessem lendo a carta, já teria sido enviado. Paulo sabia o que
estava passando, mas queria saber a respeito deles.
v.23 – Paz
seja com os irmãos, e amor com fé. Só Deus pode dar essas qualidades.
v.24- Com
todos os que amam sinceramente a nosso Senhor Jesus Cristo. Isto é, os
crentes.
APLICANDO O CONCEITO DE SUBMISSÃO
Que tipo de
submissão Paulo está defendendo nesta carta? Alguns afirmam que, em Efésios 5:21-6;4,
Paulo está falando de submissão mútua. Eles apontam a expressão sujeitando-vos
uns aos outros no temor de Deus v.21, como tema geral dos versículos 5.21 –
6.4. De acordo com essa visão, todos – marido
e esposa, pais e filhos, senhores e servo – sujeitam-se uns aos outros
de maneiras diferentes.
Essa passagem, sem
dúvida, ensina a resposta que os cristãos devem dar uns aos outros, conforme a
visão da sujeição mútua. Está claro que Paulo desenvolve duas ideias em
paralelo: a sujeição e a resposta apropriada daquele a quem a sujeição é dada.
Contudo, a visão
sobre a sujeição mútua não reflete adequadamente o significado de sujeição no
grego. O termo usado para sujeição tem origens militares, enfatizando a posição
de quem está sob a autoridade de outro. Na Bíblia, essa palavra não implica uma
sujeição forçada; pelo contrário, é uma sujeição voluntária a uma autoridade
apropriada. Portanto, parece que Paulo está dizendo que a esposa deve
colocar-se voluntariamente sob a autoridade do marido.
A mesma palavra é
usada para descrever a sujeição voluntária de cristãos às autoridades
governamentais (1ª Pe 2:13) e a sujeição de pessoas mais novas à sabedoria dos
anciãos que presidem sobre elas (1ª Pe 5:5).
Nesta passagem,
Paulo ilustra a sujeição da Igreja a Cristo. Depois de encorajar a esposa a
sujeitar-se ao marido, ele afirma que os filhos devem obedecer aos pais, e os
servos aos seus senhores. O apostolo descreve a sujeição deles sob o aspecto da
obediência devida.
A ênfase maior de
Paulo nesta passagem não está na sujeição do subordinado, mas no dever daqueles
que exercem autoridade (de submeter-se a Cristo, para exercer essa autoridade
de amor). Assim, o marido deve imitar o amor de Cristo. Os pais não devem
provocar a ira nos filhos. Os senhores não deem ameaçar e maltratar seus
servos.
O apóstolo afirma que
servir é mais importante do que dominar sobre outros e, também nesse sentido,
Cristo deve ser nosso exemplo. Embora, como Filho de Deus. Ele pudesse exigir a
obediência de todos, serviu à humanidade (para dar o exemplo e ganhar nossa
obediência voluntária). Ele chegou a lavar os pés de Seus discípulos (para
ensinar-lhe que, mesmo tendo sido constituídos por ele como líderes do rebanho,
deviam ser humildes e servos de todos, como seu Mestre (Jo 13:12-26).
Tendo em vista esses
aspectos da submissão em Cristo. O marido deve amar a esposa e exercer uma
autoridade temente a Deus; deve ser líder e servo ao mesmo tempo. Seu papel é
estar sobre e junto a ela, presidindo, mas também levando-a em consideração;
usando sua posição para dar-lhe a maior oportunidade de ter êxito.
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