Efésios 3:1- 21
v.1 – Por esta causa.
Refere-se a toda declaração precedente. Eu, Paulo. A repetição que o escritor
faz do seu nome prova a seriedade e a importância que ele imputa àquilo que
está para escrever. O prisioneiro de Jesus Cristo. É claro que Paulo era um
prisioneiro de Cristo no sentido de que ele fora capturado por Cristo, mas esse
não é o principal pensamento aqui. Ele era um prisioneiro em Roma quando
escrevia, e foi o amor a Cristo que era prisioneiro. Por amor de vós gentios.
Paulo foi especificamente o apóstolo dos gentios por ordem do Senhor Jesus
Rm.15:16.
v.2 – Da dispensação
da graça de Deus. A palavra dispensação significa mordomia e ou administração.
A mensagem da graça foi um depósito sagrado entregue a Paulo, a fim de que ele
pudesse revelá-la aos gentios. A mim confiada para vós outros. Não foi dada a
Paulo para que a aguardasse, mas para que a passasse adiante, particularmente
aos gentios.
v.3 – Pois segundo uma revelação me foi dado conhecer
o mistério. Paulo sempre insistia na sua recepção direta do Evangelho do
próprio Senhor Jesus, sem qualquer intermediário humano.
(Gl.1:11,12). O
mistério.
v.4 – Este versículo
e o seguinte lançam muita luz sobre o uso da palavra mistério no NT. A palavra
não significa algo místico ou mágico, mas um segredo que não foi previamente
revelado; quando for revelado, só será compreendido pelos iniciados – aqui,
aqueles que são salvos.
v.5 – Como agora foi
revelado aos seus santos apóstolos e profetas, no Espírito. Exatamente como os
homens santos de Deus foram inspirados pelo Espírito Santos nos tempos do VT
(IIPe.1:20,21), assim também o foram os escritores do NT.
v.6 – Os gentios. O
mistério não consistia em que os gentios poderiam ser salvos – há muita coisa
no VT relacionada com a salvação dos gentios, particularmente em Isaías – mas
seriam ligados aos judeus em um só corpo.
Ef.3:7-13 – A
comunhão do Mistério
v.7 – Ministro.
Paulo transformou-se em servo pelo dom de Deus. Esta é a palavra traduzida para
diácono – alguém que serve às mesas. Paulo jamais considerou o seu ofício como
algo elevado que o afastasse dos outros homens. Ele sempre falou de si mesmo
humildemente.
v.8 – O menor de
todos os santos. Em diversos lugares Paulo, lembrando-se do que fora antes de
ser salvo e do que fizera à igreja, fala de si mesmo com autorrenúncia (ICo.15:9,10;
I Tm.1:15). Me foi dada esta graça. A graça de Deus foi dada a Paulo não para
seu prazer, mas para que a passasse aos outros. De pregar aos gentios. O Senhor
Jesus deu esta palavra a Ananias referindo-se a Paulo (At.9:15). Das insondáveis
riquezas. Aqui novamente a palavra riquezas destaca-se como um adjetivo
indicando seu caráter ilimitado.
v.9- E manifestar.
Jogar luz sobre o que é a dispensação do mistério. Em alguns manuscritos
encontramos a palavra mordomia em vez de dispensação. Desde os séculos oculto
em Deus. Outra confirmação da definição do “mistério’ antes citado. Que criou
todas as coisas. Tudo o que existe, não simplesmente a criação física ou apenas
a criação espiritual.
v.10 – Nos lugares
celestiais. A quarta ocorrência da frase na epístola. Outra indicação de que os
seres celestiais estão observando a Igreja e vendo na Igreja o desdobrar da
sabedoria de Deus. Ambos, anjos bons e maus, estão evidentemente admirados com
a operação de Deus quando ele redime homens e mulheres.
vv.11,12 – segundo o
eterno propósito. (Rm.8:29), v.12 – pelo qual. Isto é, em Cristo. Acesso com
confiança. Fora de Cristo não podemos nos aproximar. Isso já demonstrado no
capítulo 2. A fé nele. Genitivo objetivo. Cristo é o objeto de nossa fé.
v.13 – Nas minhas
tribulações por vós. Veremos Atos 20:18-35 sobre sua obra em Éfeso; também em
IICo.1:8-11
Efésios 3:14-21 –
Esta é a segunda oração de Paulo pelos efésios, e tal como a anterior em Ef.1,
relaciona-se principalmente com seu bem-estar espiritual. Enquanto a primeira
oração se centraliza no conhecimento, esta focaliza o amor.
v.14- Por esta
causa. Isto retoma o pensamento iniciado em 3:1. Evidentemente o pensamento
principal deste capítulo é a oração, e 3:2-13 é explanatório. Me ponho de joelhos.
Embora as Escrituras não indiquem nenhuma posição corporal necessária à oração,
o pôr-se de joelhos indica sincera reverência. Do Pai. Alguns manuscritos
omitem as palavras de nosso Senhor Jesus Cristo. Há um jogo de palavras com a
palavra Pai em 3:14 e a palavra traduzida para família em 3:15.
v.15 – Toda a
família. Há duas possíveis explicações para isto. Alguns preferem cada família,
com a ideia de que o conceito de família ou paternidade vem de Deus. Isto é
verdade, é claro, embora menos comum. Gramaticalmente a outra explicação parece
encaixar-se melhor no contexto das Escrituras de um modo geral, isto é, toda a
família. A expressão tanto no céu como sobre a terra parece favorece-la. Isto
é, toda a família dos redimidos – aqueles que já partiram e aqueles que ainda
estão vivos aqui na terra – têm um só Pai, que é o Pai de nosso Senhor Jesus
Cristo.
v.16 - Segundo a riqueza. Novamente a referência á
abundancia do que temos de Deus (1:7; Fp4:19) que sejais fortalecidos com
poder. Paralelo da outra oração, a qual muito falou sobre o poder de Deus.
Mediante o seu Espírito. O Espírito é o agente da Deidade, aplicando-nos a
redenção. No homem interior. Isto é, nossa parte imaterial, a verdadeira
personalidade.
v.17 – E assim
habite Cristo. Não meramente viva, mas esteja em sua casa- habite. Disso é que
cada cristão precisa sempre, não orar para Cristo entrar, pois ele já habita em
cada crente, mas, para estar à vontade, pois o crente já lhe entregou toda sua
vida. Estando vós arraigados e alicerçados em amor. Uma metáfora mista
referindo-se àquilo que foi plantado e àquilo que foi edificado (Cl.2:2, um
paralelo mais ou menos com essa passagem).
v.18 – A fim de
poderdes compreender, com todos os santos. Um conhecimento que todo crente deve
ter. Qual é a largura, e o comprimento,
e a altura, e a profundidade. Este tipo de conhecimento deveria crescer
continuamente, pois caso contrário jamais poderíamos medir essas dimensões.
v.19 – conhecer o
amor de Cristo, que excede todo entendimento. Alguns coisas não podemos
conhecer inteiramente; frequentemente temos experiências que não podemos
entender ou explicar. Entretanto, a mesma raiz foi usada aqui no infinitivo e
no substantivo, e a ideia parece ser de conhecer aquilo que é um paradoxo, é
claro, mas a superabundância da graça colocada à nossa disposição pelo Pai
celestial, através de nosso Senhor Jesus Cristo.
v.20 – Esta
plenitude torna a ser descrita na benção que introduz o final da primeira
divisão desta epístola. Ora, àquele. É claro que o verbo e o predicado estão no
versículo seguinte. Poderoso. Não há limite para o que Deus pode fazer. Infinitamente
mais. Os superlativos se amontoam uns sobre os outros a fim de nos impressionar
com esta verdade. Tudo quanto pedimos, ou pensamos. Somos geralmente limitados
em nosso pedir, achando que Deus fará determinada coisa por nós. Ele é capaz de
fazer muito mais do que pedimos; na verdade, mais até do que podemos imaginar.
E ele o faz conforme o seu poder que opera em nós. Isto é, fomos fortalecidos
pelo Seu Espírito. Consequentemente, este poder está sendo ativado em nós.
v.21 – A ele seja a
glória. Na igreja. A glória de Deus está sendo manifesta por toda a eternidade
no corpo que ele redimiu. Por todas as gerações, para todo o sempre.
Literalmente, por todas as gerações, pelo século dos séculos. Uma expressão
muito forte para a eternidade. Com esta oração e benção Paulo conclui esta
porção da epístola, que nos fala sobre o que Deus fez por nós e sobre a nossa
posição em Cristo.
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