Por: Pr. José Lopes de Oliveira
Missionário da JMN/CBB em Icém/SP
Constantemente sou abordado por algumas pessoas amigas, quase todas elas se aproximam com opiniões pré-concebidas sobre o tema dízimo.
Geralmente isso acontece por não os ter examinado e, às vezes, ocorre por falta de conhecimento mesmo, ou ainda por falsos treinamentos e, bem como leituras inescrupulosas com o objetivo de deturpar os conceitos bíblicos.
Em qualquer um dos casos, meu objetivo é fornecer informações acerca do assunto, sem a pretensão de ser a última palavra, nem prevalecer sobre nenhuma outra opinião. E, sim, torná-las capazes de chegar à novas análises de pesquisa sobre uma tema tão apaixonante que já promoveu tantos debates.
Para tanto, fiz pesquisas em diversos compêndios e várias versões da Bíblia já editadas. Entre os comentaristas do qual irei fazer uso, na maior parte deste comentário estão os Drs. David H. Stern em “O Comentário Judaico do Novo Testamento” e Waarren W. Wiersbe em “O Comentário Bíblico Expositivo” e o “Conciso Dicionário Bíblico” de D. Na e Dr. S.L. Watson.
A maioria dos não adeptos ao dízimo, citam Mateus Capítulo 23 e verso 23, alegando que Jesus aboliu esta prática e outros ainda afirmam que é um mandamento da Lei e que esta assertiva é para os Judeus. Bem como tantas outras justificativas sem fundamento bíblico e quando o faz não são capazes de manter a sustentação do mesmo.
As questões mais importantes da Lei: Justiça, Misericórdia e Fidelidade, Jesus está fazendo uma alusão a Miquéias 6:8 “(...) Que é que o Senhor pede de ti senão que pratiques a justiça, e ames a benignidade, e andes humildemente como teu Deus.”
“Estas são coisas para as quais vocês devem dar atenção, sem negligenciar as outras.” Jesus claramente sustenta que se deve respeitar até os pequenos detalhes da Lei. Afirma David H. Stern
Em Mateus Capítulo 5:17 Jesus afirma: “Não pensem que vim abolir a Torá (Lei) ou os Profetas. Não vim abolir a Torá (Lei) mais completar”.
O Dr. David H. Stern explica que para tornar pleno o seu significado a palavra Hebraica “TORÁ” literalmente “Ensinamento, doutrina” é a versão tanto da “Septuaginta”, quanto do Novo Testamento para a palavra grega “NOMOS”, que significa lei.
Também isso é parte da razão pela qual os cristãos equívocadamente passaram a considerar a “Torá” como tendo caráter legalista.
A palavra grega para “completar” é “PLÊRÔSAI”, literalmente “Encher”. A Teologia da Reposição, que errôneamente ensina que a Igreja substituiu os Judeus compreende esse versículo de modo equivocado.
“É verdade que Jesus (Yeshua) manteve perfeita a Torá e cumpriu as previsões dos Profetas, mas essa não é a questão aqui. Yeshua, não veio para ‘abolir’, mas para ‘cumprir’ (plêrôsai) o significado que a torá e as exigências éticas dos profetas exigem,” afirma David H. Stern.
Assim ele veio completar nossa compreensão da Torá e os Profetas para que possamos tentar de modo mais eficiente. – “Ser e fazer o que eles dizem que devemos ser e fazer”.
“(...) não vim ab-rogar, mas cumprir e certamente ‘cumprir’. Significa completar, no sentido de trazer à perfeição e não como os cristãos freqüentemente tem interpretado, tornar obsoleto; cumprir de tal modo que aperfeiçoe uma fundação a qual será construído posteriormente”. (Cristianity’s Jewish heritage), 1988,p.8
Princípios teológicos baseados em qualquer uma dessas interpretações equivocadas têm ensinado aos cristãos que a Lei, imprópria, legalista, algo que gera orgulho, algo à parte da graça de Deus, algo que foi anulado agora, que Yeshua veio e útil somente enquanto aponta para o Messias.
Se isso fosse verdade, qualquer pessoa que defendesse tal lei deveria ser cega, tola ou desorientada. Isto são implicações inaceitáveis.
Tiago 2:10-13 - “PORQUE SE A PESSOA GUARDA TODA A TORÁ, MAS TROPEÇA EM UM PONTO, TORNA-SE CULPADA DE TRANSGREDI-LA INTEGRALMENTE.”
Estes versículos são, algumas vezes tomados como prova de que se uma pessoa viola um simples mandamento da Torá, ainda que uma só vez, ela se coloca permanentemente sem nenhuma esperança de um relacionamento restaurado com Deus, exceto ao se apoiar na Graça de Yeshua.
É verdade que ninguém pode ter um relacionamento com Deus sem Yeshua (Jesus), mas não é correto afirmar que uma vez que alguém violou um mandamento, significa que quebrou a Torá permanentemente, e não pode ter uma novo relacionamento com Deus. Isso não é o que esse versículo está dizendo.
Os versículos 12 e 13 a Torá que concede liberdade, amor, fruto do Espírito (Gl.5:22) faz livremente o que a Torá de Deus requer. Rm 13:8-10. Isso é o que Jeremias 31:30-22;(31-34), está dizendo ao prometer que, sob a Nova Aliança, a Torá seria escrita nos corações do Povo de Deus. (veja Heb. 8:6h-13). Embora sob a Nova aliança , o juízo será sem misericórdia para quem não tiver demonstrado misericórdia. Tiago (Ya`akov) abranda a inflexível severidade ao declarar que a misericórdia (ou amor, v.8) que uma pessoa demonstra aos outros triunfa, isto é, impede, um juízo adverso de Deus contra si.
Hebreus 8:6b – A Nova Aliança foi dada como Torá. Esta declaração é uma verdade teológica praticamente desconhecida e de imensa importância. É óbvio se o Novo Testamento em si é Torá, então a Torá não foi abolida. Em vez disso, foi dado ao Novo Testamento o mesmo status da Torá de Moisés; isto é, ele passou a ter a mais alta autoridade que existe. A autoridade que acompanha o que foi promulgado pelo próprio Deus. (Heb.13:8)
Não há dúvida de que a Lei do Antigo Testamento exigia o pagamento do dízimo (Lv.27:30; Dt. 14:22ss). Abraão havia praticado o dízimo muito antes de a Lei ser dada Gn.14:20,e Jacó seguiu o exemplo do avô Gn.28:20-22.
Os princípios da oferta cristã no contexto da graça são apresentados em (II Cor. 8 e 9 e Atos 4:32 – e cap. 5) não nos contentamos em dar apenas o dízimo, mas também desejamos fazer ofertas ao Senhor com nosso coração cheio de amor.
Justiça, misericórdia e fidelidade são qualidades importantes que Deus procura e que não podem ser substituídas pela obediência a regras. Apesar de ser importante prestar atenção aos detalhes, nunca devemos perder nosso senso de prioridade quanto às questões espirituais.
Jesus não condenou a prática do dízimo, mas sim aqueles que deixaram que seus escrúpulos legalistas os impedissem de desenvolver o verdadeiro caráter cristão.
Oro a Deus, para que este artigo ajude milhares de pessoas a compreender e aplicar a Palavra de Deus nas suas vidas e Ministério, ao que se refere a este e outros assuntos de difícil compreensão, conforme ao Apóstolo Pedro mesmo afirmou em sua segunda carta capitulo 3:16”(...) ,entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição”.
II Tm. 3: 16,17 diz: “Toda a Escritura divinamente inspirada e proveitosa para ensinar..., para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para a boa obra’.
“Antes crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora, como no dia da eternidade, amém” II Pe. 3:18.
Agradeço a todos os amados (as) irmãos (ãs) que intercedem a Deus ao nosso favor e àqueles que muitas vezes insistiram comigo e incentivaram que escrevesse e publicasse artigo e estudos bíblicos. Espero que reconheçam minha intenção de lhes agradecer.
As palavras aqui não são suficientes, mas agradeço a Deus e ao Senhor Jesus Salvador e Senhor de todos nós e que nos sustentou para chegar até aqui.
Graça, Paz e misericórdia para com todos vocês.
Forte abraço com carinho.
Comentários
Postar um comentário