RESSURREIÇÃO: (Anástasis,
égeris. – Levanta, Erguer,
surgir, Sair de local ou de uma situação para outra. LATIM- Ressurrectio, o ato de ressurgir, volta
à vida, reanimar-se).
Biblicamente, entende-se
o termo ressurreição como o mesmo de ressurgir dos mortos, Mt. 22:31-32 – E,
quanto à ressurreição dos mortos, não tendes lido o que Deus vos declarou: Eu
sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó? Ele não é Deus de
mortos, e sim de vivos.
A ressurreição dos mortos
ou do corpo é doutrina expressa da Revelação bíblica. Significa, de modo geral,
e em linguagem popular, união da alma ou espírito ao seu corpo, após a morte
física, Ec. 12.7 - e o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu.
E, especialmente, a reunião da alma humana ao seu corpo, após a morte, na
segunda vinda do Senhor, e como antecedente ao julgamento final da raça humana,
de modo a nunca mais passar outras vez pela experiência da morte física. Exemplos
de ressurreições no sentido geral, de pessoas que morreram e que viveram de novo
por algum tempo, vindo a morrer segunda vez, esses são os casos de duas
crianças na época de Elias e Eliseu, profetas, a filha de Jairo, a do filho da
viúva de Naim, a do amigo de Jesus de nome Lázaro. (I Rs.17.21-24; II Rs.4.20,32-36;
Lc. 7.11-15; Jo.11.1-44; II Rs 13.21; At.17.36-42; 20.9-12).
A doutrina da
ressurreição geral foi vislumbrada desde muito cedo pelo povo de Deus, o povo
hebreu, a princípio como matéria de grande esperança.
O fato de ser Deus o Deus
dos seus pais ou patriarcas, Ex.3.6; Mt.22.31,32; a transladação para o céu em pessoa,
de Enoque e do profeta Elias, Gn. 5.22,24; II Rs.2. 1-30; a crença firme de que
os mortos crentes se reuniam aos seus queridos, ou no além, ou sheol (lugar
invisível dos mortos), como se lê em Gn.15.15 – E tu irás para os teus pais em
paz; serás sepultado em ditosa velhice. Lc. 16.22 – Aconteceu morrer o mendigo e ser levado pelos anjos
para o seio de Abraão; morrer também o rico e foi sepultado; este fato comprova
a crença israelita da ressurreição dos mortos, pelo menos tomaram mais corpo e
destaque no correr dos tempos entre os hebreus, já se falava mesmo, antes do Exílio,
como depois, numa ressurreição geral, Dn.12.2,3; Jó 3.14-19; 14:13-15. Depois do
Exílio, já pelos fins da antiga aliança, a crença da ressurreição se tornara
muito popularizada mediante a literatura apocalítica e apócrifa da época. Tal era,
já então, essa crença na ressurreição geral dos fiéis, que era também símbolo da
restauração de Israel e da Nação, Ez.34.23,24; 37.24,25; - Suscitarei para elas um só pastor, e ele as
apascentará; ele lhes servirá de pastor - O meu servo Davi reinará sobre eles;
todos eles terão um só pastor, andarão nos meus juízos, guardarão os meus
estatutos e os observarão. Jr. 30.7; Os. 3.5.
A doutrina de uma
ressurreição final e geral era comum, já nos dias de Cristo e dos apóstolos,
embora negada pelos agnósticos materialistas, (Agnósticos: - Grupo que professa
incerteza sobre a existência de Deus) e os saduceus, mt.22.2023,31; Lc.
20.33; Jo.11.23,24; At.23. 6-8; 24.14,15,21;26.4-8. Mas a doutrina do fato da
ressurreição dos mortos, ou seja da pessoa humana, corpo e alma, na segunda
Vinda de Cristo, para o juízo universal, só teve o seu ponto mais alto com o
ensino de Cristo e de seus apóstolos inspirados. Foi Jesus, com sua própria
ressurreição e a glorificação do seu corpo, e ainda por sua obra redentora, I Co.
15. 12-22; Rm 4.24,25; 5.12,17, “Aquele que trouxe à luz a vida e a
imortalidade”. II Tm.1.10, isto é, foi quem elucidou, esclareceu, evidenciou e
certificou definitivamente o fato da vida eterna e da imortalidade da pessoa
humana (e não só da alma, como era a crença geral antiga). Por isso, Cristo é a
ressurreição e a vida, ele mesmo testificou isso. Jo. 11. 25 “Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a
vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá”.
O Novo Testamento dá a
ressurreição corporal algumas características:
1-) é parte essencial da
Evangelho, isto é, é graça divina, Hb.6.2; II Tm 1.10; I Co 15.1,3,4.
2-) é geral, para todos os
homens, Jo. 5.28; At. 24.15; Ap. 20.13
3-) é uma benção
consoladora para os remidos ou justos, agora e no futuro, Fp. 3.11, 20, 21; Rm
8.19, 23; II Co 1.9; I Ts 4.13-18
4-) É reto juízo para os
ímpios, perdidos e impenitentes, Dn 12.2; Jo 5.29; Ap. 20.12,13.
5-) É futura, Jo.5.28,29;
6.39,40,44,54; 11.24; I Co 15.23; Mt.13.41; 24.30,31
6-) é plena de felicidade
para os remidos, porque terão preferência, no grande dia do seu acontecimento,
I Co. 15.23, 51, 52; I Ts. 4.16,17; Ap.20.4-6; terão o gozo da recompensa de
sua fidelidade, Lc.14.14; Ap. 11.18; terão a vida eterna (comunhão com Deus
permanente e feliz); e serão todos semelhantes aos anjos.
RESSURREIÇÃO
DE CRISTO, Doutrina bíblica –
I – Importância do fato
da ressurreição de Cristo:
1-) Foi o cumprimento à risca da palavra dos
profetas e do próprio Jesus, que predisseram com antecedência de séculos, e até
com minúcias, em vários de seus elementos importantes, Sl.16.10; At.13.34,35;
Is. 26.19; 53.10; Mt.16.21.
2-) A veracidade das
Escrituras foi justificada, pois dependiam do fato dessa ressurreição,
Lc.24.44-46; At. 17.3.
3-) Foi também a evidência
central da Divindade de Cristo, Rm.1.4, da sua exaltação e glorificação, At.
13.33-35; Ef.1.19; 10.18
4-) tornou idôneos,
adequados, eficazes, verdadeiros e seguros a fé cristã a pregação do Evangelho
da graça divina, o testemunho apostólico, a certeza do juízo final e o
fundamento da esperança dos justos no futuro glorioso que os aguarda. Torna-se
o símbolo ou emblema expressivo do novo nascimento ou regeneração da alma
Jo.5.21, 25; Rm. 6.4; I Pe 3.21, que é uma nova vida espiritual.
Efeitos, resultados ou
benefícios da ressurreição pessoal de Cristo. São grandes, maravilhosos e excedem
a todos os mais amplos desejos santos dos corações.
1-) A ressurreição de
Cristo garantiu a remissão dos pecados dos crentes e a sua justificação, I
Co.15.17; Rm.4.25; 8.33,34
2-) A ressurreição de
Cristo assegurou definitivamente a ressurreição final dos mortos, especialmente
a feliz ressurreição dos justos, Rm. 6.8; 8.11; I Co 15.12-23; I Ts. 4.14
3-) A ressurreição de
Cristo fê-lo as primícias e o primogênito da ressurreição dos justos, como líder
e garantia da nossa ressurreição real, literal e objetiva, I Co. 15.20, 23; Cl.
1.18
4-) A ressurreição de
Cristo, finalmente é a segurança da nossa salvação e o santo estimulo perene da
nossa alegria espiritual, At.13.32,33; 3.26; Fp.3.1, porque, naquele dia
glorioso, no fim da presente era, ressuscitaremos todos à semelhança do Filho
de Deus, nosso Redentor, Rm. 6.5; I Co. 15.49; Fp 3.21. Os anjos se alegram com a ressurreição de
Cristo e a testemunharam anunciando-a com vivacidade e clareza aos féis discípulos
do Senhor, mt.28. 5-7.
A ressurreição de Cristo
foi e é, realmente, o supremo e majestoso fato da História e dos Evangelhos.
Para finalizar desejo que
vocês continuem meditando nestas palavras do apóstolo Pedro. I Pe. 1.3 – “Bendito o
Deus e pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia,
nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo
dentre os mortos”.
Fontes: Biblia Shedd –
Dicionário Popular de Teologia – Dic. Bíblico John d. Davis.
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