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O PROCESSO DE APRENDIZAGEM ESCOLAR




  Conceitos de Aprendizagem 

A aprendizagem é um processo inseparável do ser humano, mas a sua curiosidade o impeliu, igualmente, a tentar a aprender como se aprende. Desde época remotas, pelo menos alguns membros da sociedade civilizada desenvolveram idéias sobre a natureza do processo de aprendizagem.

 Desde o século XVII, surgiram periodicamente teorias da aprendizagem mais ou menos sistemáticas, desafiando teorias já existentes. Mas, se uma nova teoria chega, eventualmente, a influir na orientação de uma escola, normalmente não substitui as que a antecederam; compete com elas. Assim, à medida que surgem, as novas teorias vão sendo acrescentadas às antigas e o cenário educacional nem sempre se torna claro. A maioria dos professores, em sua prática educacional, de vez em quando, tem adotado aspectos conflitantes das diferentes teorias da aprendizagem, sem perceber que são basicamente contraditórias em sua natureza, não podendo se harmonizar.

            Na maior parte das situações do cotidiano, a aprendizagem não chega a ser um problema. Em geral, as pessoas aceitam sem questionar que aprendemos através da experiência e não percebe nada de problemático na aprendizagem. Durante todo a história da humanidade as pessoas aprenderam, na maioria dos casos, sem se preocupar com a natureza do processo. Os que ensinaram sentiam pouca necessidade de conhecer uma teoria da aprendizagem. O ensino consistia em dizer e mostrar como; elogiar quando o aluno acertava e castigá-lo quando errava.

           Quando as escolas foram criadas como locais próprios para a aprendizagem, ensinar deixou de ser uma questão tão simples. As matérias do currículo escolar eram diferentes dos assuntos aprendidos no cotidiano da sociedade. Para as crianças, as matérias escolares parecem pouco claras em seu valor para a vida prática diária.
       
           Assim que a educação se formalizou nas escolas, os professores se conscientizaram de que a aprendizagem na escola é, com freqüência, muito ineficiente. Por isso, muitos estudantes mostram-se desinteressados. Professores, pais e alunos podem se conformar com esta situação e considerarem natural que os jovens não gostem da escola e tentem resistir a aprendizagem formal.
Entretanto, à medida que a Pedagogia e a Psicologia foram se desenvolvendo, foi inevitável que os profissionais destas áreas começassem a questionar essa posição. Quando ensinar passou a ocorrer em um ambiente formalmente planejado para promover a aprendizagem, questionou-se se as escolas estariam conseguindo os melhores resultados possíveis. Cada uma dessas correntes de pensamento continha, explícita ou implicitamente, uma teoria da aprendizagem

        O estudo da psicologia da aprendizagem precisa ser iniciado pela compreensão do fenômeno da aprendizagem. O que é a aprendizagem e quais são suas características? Os estudos e pesquisas científicas empreendidas pelos psicólogos, visando responder a estas perguntas, resultaram no aparecimento de diferentes conceitos e definições de aprendizagem conforme as diversas teorias de aprendizagem que se foram organizando.

     Uma análise exaustiva das definições de aprendizagem dos diversos autores conduzirá a conclusão de que a mais geral das definições poderá resumir-se no seguinte:

Aprendizagem é uma modificação sistemática do comportamento ou da conduta, pelo exercício ou repetição em função de condições ambientais e condições orgânicas.
 

  Podemos concluir que, para que haja a  aprendizagem é necessário que haja a modificação na conduta ou comportamento, mediante a experiência ou a prática.

    Estamos continuamente aprendendo novos comportamentos ou modificações de comportamentos. Aprendemos em toda parte, na escola e fora dela. Aprendemos  de forma sistemática, organizada, mas aprendemos também de forma assistemática.


Principais elementos do processo de Aprendizagem

A realização do processo de aprendizagem depende de três elementos principais:


        1º . Situação estimuladora: numa situação estimuladora existem diversos fatores estimulando os órgãos dos sentidos da pessoa que aprende. Se houver apenas um fator estimulador, este recebe o nome de estímulo. Estímulo é tudo aquilo que chega aos órgãos dos sentidos. Exemplos de estímulos: um nome falado em voz alta; uma ordem “sente-se”; uma mudança ambiental, como falta de luz elétrica, etc.

        2º . Pessoa que aprende: o indivíduo atingido pela situação estimuladora. Para a aprendizagem, são importantes os órgãos dos sentidos, afetados pela situação estimuladora; o sistema nervoso central que interpreta a situação estimuladora e ordena a ação; e os músculos, que executam a ação.

        3o . Resposta: é a ação que resulta da estimulação e da atividade nervosa. Ouvindo seu nome, a pessoa responde: O que foi? Diante da ordem, a pessoa obedece e senta-se. Na falta de luz, o indivíduo acende um fósforo. Nesses casos temos comportamentos aprendidos anteriormente. A aprendizagem ocorre quando a pessoa começa a responder ao ouvir o som do seu nome, a sentar-se quando recebe ordem nesse sentido e a acender um fósforo quando falta luz. Uma vez aprendidos esses comportamentos, também chamados respostas, são repetidos sempre que ocorre a situação estimuladora. A não ser que o indivíduo tenha aprendido a não responder quando certas pessoas o chamam pelo nome e a não obedecer quando certas pessoas o mandam sentar.



Etapas no processo de aprendizagem

        Segundo o autor Mouly (p.218-21), o processo de aprendizagem compreende  sete etapas:

Motivação

Sem motivação, não há aprendizagem. Não adianta insistir: por mais que o professor se esforce para ensinar uma matéria de mil maneiras diferentes e interessantes, se o aluno não estiver motivação, ele não vai aprender. Recompensas e punições também não resolvem, se o aluno não quiser aprender.

  A. S. Neil afirma: “Acho que eu também conseguiria aprender de cor o Corão, se me espancassem para isso. Haveria um resultado, naturalmente: eu detestaria para sempre o Corão, o espancador e a mim mesmo.” (Neil, A . S. Liberdade sem medo – Summerhill. 6 ed. SP:Ibrasa, 1968. P.355).




Objetivo

Ao ser motivada, qualquer pessoa orienta seu comportamento para objetivos que satisfaçam suas necessidades. Isto é, o comportamento tem sempre a intenção orientada para um objetivo que satisfaça alguma necessidade do indivíduo. Por isso em toda proposta educacional é importante que os objetivos propostos pela escola e pelo professor coincidam com os objetivos do aluno. Caso contrário, o aluno não se preocupará em atingi-los, pois não estarão de acordo com suas próprias necessidades. O aluno só se interessará pelas disciplinas propostas se estiver convencido que elas satisfarão suas necessidades, se entender que este aprendizado reduzirá alguma tensão provocada por suas necessidades. 

 Preparação ou prontidão

Estar motivado e ter um objetivo de nada adianta ao indivíduo se ele não estiver capacitado a atingir esse objetivo para satisfazer sua necessidade. Por exemplo, não adianta ensinar a criança a andar antes que suas pernas estejam fortes e desenvolvidas – “prontas” - o suficiente para andar; não adianta ensinar operações abstratas para o aluno antes que ele tenha capacidade mental para aprender.
A preparação, ou prontidão, compreende três fatores principais:

§  Fatores Fisiológicos (maturação dos órgãos dos sentidos, do sistema nervoso central, dos músculos, glândulas...)

§  Fatores Psicológicos (motivação adequada, autoconceito positivo, confiança em sua capacidade de aprender, ausência de conflitos emocionais perturbadores etc.)
§  Experiências Anteriores (qualquer aprendizagem depende de informações, habilidades e conceitos aprendidos anteriormente).

Quando o aluno não está preparado para as aprendizagens que lhe são propostas podem surgir inúmeras dificuldades escolares. O ensino e o treinamento antes da maturação adequadas podem ser inúteis e até prejudiciais. Desenvolver a motivação e as habilidades antes do período considerado normal é até possível. Mas para isso é necessária uma adaptação do material e do método de apresentação.

Mais Informações com Prof. Lopes - (11) 7452-0677 -         
                          3976-4397 - ou  sepol.net@gmail.com

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